Governo de Lisboa deve ouvir os açorianos e voltar atrás, defende Berto Messias

PS Açores - 10 de outubro, 2011
O líder parlamentar do PS/Açores desafiou, esta segunda-feira, o Governo da República a voltar atrás na decisão de reduzir a emissão da RTP/Açores, alegando que essa é a vontade manifestada pela maioria dos açorianos e a posição política aprovada recentemente na Assembleia Legislativa. “O ónus está, assim, totalmente do lado do ministro Miguel Relvas. Ou respeita os açorianos e deixa cair a decisão de reduzir a quatro horas diárias a RTP/Açores, ou mantém a sua posição e desrespeita a Assembleia Legislativa e a opinião dos açorianos, manifestada nas variadas formas nos últimos meses”, afirmou Berto Messias. O Presidente da bancada socialista falava em Ponta Delgada, no âmbito de um fórum sobre o serviço público de rádio e televisão nos Açores, que contou com a participação de José Lourenço, do Conselho de Opinião da RTP, e de Rosa Nunes, autor de um estudo sobre esta matéria. Berto Messias recordou que o PS/Açores, com outros partidos, apresentou uma Resolução já aprovada que deixou clara a posição dos representantes dos açorianos sobre esta matéria, que prevê que seja o Estado a financiar, integralmente, o serviço público de rádio e televisão nas ilhas. “Se o Governo da República persistir na sua opção descabida de reduzir a emissão da RTP/Açores e de despedir trabalhadores de forma cega, terá a perfeita noção que estará a fazer orelhas moucas do que defendem os açorianos, através dos partidos que os representam no Parlamento”, afirmou Berto Messias. Segundo Berto Messias, o PS/Açores tem uma posição muito clara: “os açorianos têm direito a ter um serviço público de rádio e televisão financiado, integralmente, pelo Estado. Não é uma benesse, é um direito igual ao que as Regiões de Portugal continental têm”. “Deste princípio não abdicaremos e lutaremos até ao último momento. No Parlamento e fora dele”, garantiu Berto Messias, ao salientar que os “açorianos estão ao lado da RTP/Açores nesta luta, desde as mais variadas instituições representativas de classes profissionais, passando pelas autarquias, pelos partidos políticos, até à comunidade emigrante”. Depois de salientar o papel dos representantes dos trabalhadores na defesa do serviço público, Berto Messias alertou, ainda, que a ameaça que paira sobre a RTP/Açores “não se compadece com soluções propostas para 2013”. O futuro da RTP/Açores vai ser decidido em breve. Depois de tomada a decisão, será muito difícil revertê-la e a conjuntura actual e toda a intoxicação mediática que lhe está inerente, podem sustentar este tipo de decisões junto da opinião pública nacional, disse. O deputado socialista criticou, também, que não se pode dizer, numa conferência de imprensa, que se tem uma solução, mas que só se aplica caso se vença as eleições, uma vez que a “sobrevivência da RTP/Açores não pode ser um mero instrumento de propaganda partidária para se conseguir votos em eleições regionais”. “Em 2013, com o ministro Miguel Relvas, a RTP/Açores já estaria reduzida à humilhante condição de quatro horas diárias, lembrando os velhos tempos da televisão a preto e branco do século passado, quando estamos, actualmente, na era da comunicação, da informação e da interactividade”, concluiu Berto Messias.